quinta-feira, 5 de julho de 2012

Final Fantasy IV



Terminei no outro dia, da colectânea Final Fantasy IV : The Complete Collection para a PSP, o quarto capítulo da saga Final Fantasy. Não foi uma experiência de todo nova, uma vez que já o tinha terminado na sua versão Nintendo DS, mas as versões ainda apresentam algumas diferenças e quando um jogo é de facto um bom jogo facilmente e com gosto se pode repetir. E este, apesar da sua idade, é um desses casos.

Lançado para o mercado pela primeira vez nos idos anos de 1991, este é um jrpg, pelos padrões de hoje,  bastante tradicional. Mas antes de analisar o que o jogo é hoje há que igualmente analisar o que foi no passado. Pois é por aí que se constata a importância do jogo na sua altura e o porquê de, embora não correspondendo já aos padrões de complexidade narrativa e de jogabilidade dos dias de hoje, ainda ser um  título agradável de se jogar.

O título foi um enorme salto em termos quantitativos e qualitativos no seu tempo. Não só por se apresentar numa máquina muito superior, a Snes, mas, e principalmente, por todos os desenvolvimentos a nível de jogabilidade, narrativa e profundidade de personagens. Comparado com os restantes três títulos anteriores, a evolução é óbvia.

Neste título temos uma história bem estruturada e apresentada, com alguma profundidade. As personagens que controlamos não são meros heróis, têm dúvidas, têm maus sentimentos, mas também a capacidade de redenção, coragem e sacrifício. Por certo que a narrativa e desenvolvimento das personagens não atinge o mesmo nível de muitas das produções modernas mas, tendo em conta que falamos de um jogo de 1991, não valorizar este aspecto era não estar a prestar justiça ao jogo.

Um reflexo desta maior profundidade de caracterização de personagens e que se vê presente na jogabilidade é as personagens terem uma classe (job) fixa, à excepção de Cecil, o protagonista, que por efeitos de narrativa muda de classe uma vez.

Porém, a grande novidade introduzida na jogabilidade é o sistema ATB (Active Time Battle). Com este sistema, e apesar de as batalhas continuarem a ser por turnos, o jogador ficava sob pressão na hora de atacar ou efectuar uma outra acção umas vez que, além de nem todas as personagens terem a mesma velocidade e consequentemente alguns demorarem mais tempo que outras a poderem agir, o tempo nunca parava, nem mesmo a seleccionar ataques, magias ou items, o que nos deixava expostos a ataques dos inimigos. Posteriormente, este sistema viria a ser usado em quase todos os futuros títulos da saga.

Demonstrativo da qualidade e apelo do título, e vontade de fazer dinheiro por parte da Square Enix,são os inúmeros remakes e ports a que o jogo foi submetido. Assim, e além da Snes, o jogo já passou pela WondeSwan Color, Game Boy Advance, Psx, Virtual Console (Wii) e por fim, as versões com mais elementos novos e alterações, Nintendo DS e PSP, que provavelmente no futuro terão direito a análise neste espaço.

Este é um título que pela sua qualidade e papel no desenvolvimento de uma saga em particular se apresenta como intemporal. Pode já não estar à altura dos grandes de hoje mas quem pegar nele por certo que não se arrepende. E com tanto port e remake, o difícil será escolher onde o jogar.

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