quinta-feira, 31 de maio de 2012

Review: Cthulhu Saves The World


Das profundezas do oceano a criatura desperta, pronto para mergulhar o mundo num inferno em formato 8bit. Eis Cthulu, a mítica criatura de H.P. Lovecraft, e ele... Vai salvar o mundo?

Quem conhecer a obra de H.P. LoveCraft notará que há algo de errado nesta premissa. Porém, é mesmo o que acontece neste jogo da Zeboyd Games, de 2010. Ao despertar na sua fortaleza no fundo do oceano, R'lyeh, Cthulhu é usurpado dos seus poderes cósmicos por uma misteriosa figura. Porém, logo ouve o narrador (sim, leram bem) com a solução para o seu problema: para reconquistar os seus poderes e lançar o mundo no caos, Cthulhu tem que se tornar um herói.

Por aqui podemos constatar de imediato que este é um jogo que não se leva muito a sério. E de facto, o humor é uma constante ao longo de todo o jogo. Desde os vários diálogos das diferentes personagens entre si e com NPC's, até o resultado de algo simples como vasculhar todos os recantos, quando se está dentro de uma casa,  em busca de items. Nota-se que a equipa se esforçou neste campo e o resultado é bastante positivo.

Porque no fundo o jogo é isto: uma homenagem, em tom satírico, aos velhinhos rpg's da geração 8bit, cujas convenções de jogabilidade ainda hoje estão tão presentes em muitos jogos do género. E de certa forma uma homenagem também ao H.P. Lovecraft, já que existe também referência à sua obra em outros aspectos do jogo e não só no nome do protagonista.

Porém, não é somente de humor que o jogo trata, há que igualmente falar dos outros aspectos.

No que toca à jogabilidade, é a típica dos rpg's, especialmente da era 8bit. Cidade, falar com npc, masmorra, voltar à cidade, ir a outra cidade ou masmorra, o ciclo do costume.

O sistema de combate também é tradicional e a forma como a batalha é representada em tudo semelhante aos velhinhos Dragon Quest da NES. Inimigos visíveis, escolher uma opção no menu para atacar, não esquecer que os ataques mágicos consomem MP, por aí. Contudo, o jogo apresenta algumas ideias interessantes neste campo.

Além dos ataques e magias tradicionais, há uns ataques que retiram a sanidade aos inimigos. Deixar os inimigos dementes tem as suas vantagens, já que por norma ficam bem mais vulneráveis aos nossos ataques. Contudo, há que usar isto com cautela, já que muitas das vezes o poderio dos seus ataques aumenta de igual forma.

Ao subir de nivel, para além do típico upgrade aos stats da personagem, o jogo dá-nos igualmente a oportunidade de escolhermos uma entre duas opções. Tanto pode ser uma magia nova e sua variação (atingir todos os inimigos mas ser mais fraca, atingir só um mas ser mais forte) como mais upgrade de alguns stats.

No entanto, a novidade de maior relevo está presente na própria existência dos combates aleatórios. Em cada área fora de uma cidade há um limite obrigatório de batalhas aleatórias. Ultrapassado esse limite, o jogo não nos proporciona mais combates e podemos andar livremente sem receio de mais batalhas.

Isto é sem dúvida algo de bastante positivo. Findos os combates obrigatórios podemos andar livremente, sem  preocupações. Além do mais, no menu existe a opção "fight" de entrarmos logo numa batalha, para não haver a necessidade de estar em movimento para que uma batalha se inicie. Permite igualmente fazer uma melhor gestão do MP disponível, já que podemos batalhar boa parte ou a totalidade dos combates obrigatórios de uma dungeon no início desta, voltarmos à cidade para nos curar-mos e voltar à masmorra sem preocupações com MP. Acabados os combates obrigatórios, caso queiramos batalhar mais, basta ir ao menu e escolher a opção "fight".

Em todas estas andanças até terminar o jogo, podem contar com cerca de uma dezena de horas. No entanto, após conclusão do jogo, são desbloqueados novos modos o que aumenta a sua longevidade.

No que concerne ao grafismo, este tem um aspecto tipicamente 8bit, o que se adequa ao jogo que é. Os fãs  de jogos retro por certo apreciarão o grafismo.

Já a sonoridade não se fica pelas típicos sons e melodias das consolas 8bit, apresentando uma outra sofisticação. De maneira geral enquadra-se bem no jogo e é bem agradável ao ouvido.

Para terminar, informar que este jogo encontra-se no serviço Steam juntamente com outro jogo da mesma companhia, o Breath Of Death VII, por um preço bem acessível. Para quem gosta de jogos com estilo retro, que não se levam muito a sério e que ainda assim apresentam na sua jogabilidade propostas interessantes, esta é uma óptima proposta a não perder.

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